
Fim dos calotes? Após acordo com outros três FIIs, WeWork pagará aluguéis à Rio Bravo
Depois meses de entraves, incluindo tentativas de redução de aluguéis e uma liminar de resíduo concedida pela Justiça, a WeWork irá quitar suas dívidas com um de seus credores, o FII Rio Insubmisso Renda Corporativa (RCRB11).
A companhia, que estava inadimplente com a gestora há pelo menos três meses, irá remunerar integralmente os montantes em até 24 horas da assinatura do harmonia.
Outrossim, o harmonia também envolve que a WeWork desocupe imediatamente o conjunto C do imóvel que aluga na Rua Girassol, 555, Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, deixando a mobília e “todas as benfeitorias realizadas”, acrescida de uma multa rescisória. O fundo é proprietário de murado de 35% do imóvel.
Os blocos A e B poderão permanecer com a WeWork, com desconto pontual no valor do aluguel pelo período de 12 meses.
Dívidas da WeWork
A gigante do coworking, que já foi uma das maiores tomadoras de imóveis de Novidade York e Londres, soma dívidas judicializadas em torno de R$ 66 milhões, entre fundos imobiliários e proprietários diretos.
Entre elas, a maior é a da HBR Realty, no valor de R$ 26,8 milhões, referente ao imóvel HBR Corporate Faria Lima, localizado na capital paulista. Diante da escassez da regularização, a companhia também protocolou a ação de resíduo contra a WeWork.
Entre os FIIs, ao menos sete foram atingidos pelos calotes: Torre Almirante (ALM11), Vinci Offices (VINO11), Santander Renda de Aluguéis (SARE11), Torre Setentrião (TRNT11), Valora Renda Imobiliária (VGRI11) e Fundo de Investimento Imobiliário de Multi Renda Urbana (VVMR11).
A passos lentos, a WeWork começou a quitar suas dívidas. Antes da Rio Insubmisso, a companhia chegou a um harmonia com os fundos VVMR11, TRNT11 e ALM11 – oriente último, quitando a dívida no valor de R$ 830 milénio.
WeWork é ré em 18 ações judiciais
Atualmente, existem ao menos 18 ações judiciais em trâmite no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) nas quais a WeWork é secção uma vez que ré. Nesses processos, a principal argumento é a inadimplência em relação ao pagamento dos aluguéis dos imóveis locados.
Das 10 últimas ações ajuizadas perante o TJ-SP, todas têm a WeWork uma vez que ré. O valor totalidade cobrado nas últimas cinco demandas ajuizadas supera a quantia de R$ 35 milhões.
Em grande secção das alegações trazidas nos processos, o jurisconsulto perito em Recta Imobiliário e rabino em Recta Social, sócio do Silveira Advogados, Rodrigo Ferrari Iaquinta, enfatiza o argumento sobre a situação financeira da WeWork.
“As alegações dos credores destacam que a inadimplência coincide com o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos”, afirma.
A companhia, que chegou a ser avaliada em US$ 47 bilhões, obteve, no final de maio deste ano, a aprovação para seu projecto de regeneração de dívidas nos EUA, publicado uma vez que chapter 11, com uma dívida na moradia dos US$ 18,6 bilhões, contra US$ 15 bilhões em ativos.
Entenda o caso com a Rio Insubmisso
O imbróglio entre a Rio Insubmisso e a WeWork veio à tona em julho, quando a gestora informou ao mercado a primeira inadimplência da companhia, referente ao aluguel de maio que deveria ser pago em junho.
Nos meses seguintes, a companhia também não honrou com seus compromissos, acumulando, até agosto, três meses de detido nos pagamentos.
Em uma tentativa de negociação, a WeWork pedia a transição do contrato para um padrão de revenue share (compartilhamento de receitas) e a redução dos valores de aluguel – o que foi imediatamente rejeitado pela Rio Insubmisso, controladora majoritária com 34,81% do ativo.
Diante das inadimplências, no final de agosto, EXAME noticiou em primeira mão que a gestora decidiu tomar medidas legais, incluindo o ajuizamento de duas ações, sendo uma para a cobrança dos aluguéis em detido e outra de resíduo por falta de pagamento.
No final de setembro, a Justiça concedeu a liminar de resíduo em prol do RCRB11. Com isso, a companhia tinha até o dia 24 de setembro para vazar o imóvel.
Entretanto, em meio à pressão, a WeWork concordou com o pagamento dos aluguéis e agora poderá permanecer com uma secção do ativo – mas desocupará outra.
A secção que seguirá ocupada é utilizada pela própria empresa, enquanto a superfície que será desocupada era sublocada para terceiros – que precisarão deixar o imóvel.
O empreendimento representava, até o momento, 9,5% da receita contratada do fundo.
Segundo o documento, as receitas extraordinárias mencionadas supra equivalem a um impacto positivo de R$ 0,49/quinhão na receita imobiliária do FII no semestre manante.
“Em relação à receita recorrente, deverá possuir uma redução na receita imobiliária de murado de R$ 0,01/quinhão referente à repactuação pontual da locação para os Blocos A e B, com duração de 12 meses, e de murado de R$ 0,06/quinhão na restituição do Conjunto C”, informa a gestora.
Com o harmonia mercantil, a vacância do RCBR11 passa a ser de 7,9%.
Visando evitar a vacância e prejuízos aos cotistas, a gestora avança nas conversas com novos inquilinos.