Uruguai aplaude sugestão da Argentina de flexibilizar Mercosul

DANIEL DUARTE

A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino (à direita), fala com seu homólogo uruguaio, Omar Paganini, durante o primeiro dia da cúpula do Mercosul em Assunção, em 7 de julho de 2024.

DANIEL DUARTE

O Uruguai aplaudiu nesta quarta-feira (4) o indumento de a Argentina concordar em flexibilizar o Mercosul para que os países-membros possam negociar acordos comerciais com novos mercados de forma independente, uma antiga reivindicação do Uruguai no conjunto.

“Estamos dando passos em direção a uma maior preâmbulo”, celebrou o chanceler Omar Paganini em declarações à prensa.

O encarregado da diplomacia uruguaia destacou que sua homóloga argentina, Diana Mondino, registrou por escrito a mudança de postura de Buenos Aires em uma reunião realizada na segunda-feira na capital uruguaia, na qual também participaram os representantes dos outros países-membros do Mercosul: Mauro Vieira, do Brasil; Rubén Ramírez, do Paraguai; e Celinda Sosa, da Bolívia.

“O Mercosul não conseguiu, nesses anos, se tornar um instrumento de entrada aos grandes mercados externos, somado a uma Tarifa Externa Geral elevada para os padrões internacionais. A Argentina propõe, logo, que àqueles membros do conjunto dispostos a perfurar novos mercados seja permitido iniciar negociações de forma individual ou plurilateral”, afirmou Mondino, segundo transmitido da chancelaria argentina.

“Nosso objetivo é que, se em um período de tempo [duas reuniões do Grupo Mercado Comum, instância executiva do Mercosul] não for obtido entendimento para negociar em conjunto, poderão ser iniciadas negociações sob essa terceira modalidade, e os acordos firmados estarão abertos à adesão dos demais Estados Partes”, acrescentou.

O Uruguai, que ocupa a presidência pro tempore do Mercosul até o final do ano, espera que a iniciativa – que contrasta com a postura histórica do Brasil – avance.

“É simples que também precisamos que os outros parceiros se flexibilizem. Mas, ao mesmo tempo, todos estamos mais de negócio do que antes em sermos mais ativos no transacção internacional”, ressaltou Paganini.

O presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, tem insistido que o Mercosul busque um Entendimento de Livre Negócio com a China, e até iniciou conversas bilaterais com Pequim. Isso causou tensões no conjunto, que ainda não conseguiu concluir o negócio com a União Europeia (UE), que negocia desde 1999.

“Esperamos que agora haja luz verdejante. A expectativa é moderada”, disse Paganini sobre a retomada das negociações com a UE nesta semana em Brasília.

Paralisado desde 2019, o pacto UE-Mercosul prevê expelir a maioria das tarifas entre as duas regiões para gerar uma extensão mercantil de 700 milhões de consumidores. No entanto, há resistência de alguns países europeus, principalmente da França, do qual setor agropecuário teme a concorrência sul-americana.

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