
Por que a Pensilvânia pode definir a eleição nos Estados Unidos em 2024?
Em uma disputa eleitoral acirrada entre Donald Trump, do Partido Republicano, e Kamala Harris, do Partido Democrata, a Pensilvânia é um dos estados mais importantes para que um dos candidatos conquiste a presidência dos Estados Unidos na terça-feira, 5 de novembro.
No sistema eleitoral americano, a votação é indireta. Assim, o voto popular não escolhe o novo presidente, mas sim o Escola Eleitoral. O candidato que vence em um estado conquista todos os votos dos delegados daquele estado no Escola Eleitoral (a regra vale em 48 dos 50 estados). Assim, a disputa presidencial é feita estado a estado. E a Pensilvânia é responsável por 19 das 538 cadeiras em jogo.
Na maioria dos 50 estados, as pesquisas já indicam um vencedor simples. No entanto, em sete deles, chamados de estados pêndulos (Swing States, em inglês) e que são decisivos para o resultado, a disputa está em franco, e será preciso vencer ali para ocupar a Presidência. A Pensilvânia é um deles.
Pensilvânia: de democrata a swing state e o desânimo econômico
Esse estado americano, junto com Michigan e Wisconsin, faz segmento do chamado Blue Wall, ou “paredão azul”, uma sequência de estados próximos geograficamente e dominados por democratas durante décadas, antes de se tornarem swing states.
Durante décadas, a Pensilvânia registrou prolongamento econômico puxado por grandes indústrias. No entanto, a partir dos anos 1970, as unidades de trabalho desses setores começaram a ir embora, atraídas por salários e impostos mais baixos em outros estados e países. Com isso, empregos muito remunerados também foram diminuindo, deixando muitos americanos sem opção.
Uma vez que mostrou a EXAME, Erie, na Pensilvânia, que é um condado decisivo para a eleição, é um bom exemplo dessa situação. Nos anos 1950, metade dos empregos da cidade era no setor industrial. Hoje, esse índice caiu para 15%. Uma das maiores perdas para a região foi a de uma fábrica de locomotivas de trem da General Electric, que se mudou para o Texas em 2019, depois de reduzir a produção, e os empregos, aos poucos.
A mudança de processos industriais, que demandam cada vez menos ação humana, também reduziu a oferta de salários muito pagos, o que gera uma situação curiosa no mercado de trabalho: embora o desemprego esteja grave e haja muita oferta para vagas mais básicas, uma vez que atendente de lanchonete, há um desânimo econômico.
Em 2016, Trump adotou um exposição muito voltado para esse público. “Fazer a América Grande de Novo”, finalmente, incluía trazer de volta as indústrias. O presidente acabou eleito em 2016 no estado, quebrando uma sequência de derrotas que os republicanos amargavam desde 1992 na Pensilvânia.
Depois de tomar posse, porém, Trump iniciou uma guerra mercantil contra a China para propiciar produtos americanos, mas estudos mostraram que a tática não serviu para restabelecer empregos. Mudar fábricas de país, finalmente, é um processo custoso e demorado, que empresários levam anos para legalizar. Assim, em 2020, o estado escolheu o atual presidente dos EUA, o democrata Joe Biden.
Neste eleição ele volta a ser um dos estados considerados decisivos, com pesquisas mostrando a Pensilvânia em situação de empate técnico.
Os dois partidos reconhecem que leste é um dos estados mais importantes e estão dedicando grandes investimentos para conquistá-lo. Os democratas estão destinando US$ 109 milhões em campanhas, enquanto os republicanos separaram US$ 102 milhões para o estado, segundo levantamento do site Axios.
Minorias decidem
Em debate, em setembro, Kamal citou a Pensilvânia ao questionar o republicano sobre a Guerra da Ucrânia e o que ele diria aos 800 milénio poloneses-americanos, que vivem no estado, de que ele desistiria da Polônia por uma questão de favores ao presidente da Rússia, Vladimir Putin.
A menção não foi à toa. Segundo os democratas, a Pensilvânia tem 800 milénio cidadãos americanos de origem polonesa, uma vez que filhos ou netos de imigrantes.
Uma vez que o estado tem 8,6 milhões de eleitores registrados, uma comunidade de 800 milénio representa quase 10% dos votantes no estado, com poder para definir uma disputa apertada. Nas últimas duas eleições, a vitória teve margem apertada. Biden venceu em 2020 com 1,17% de vantagem, e Trump conquistou o estado em 2016 com 0,72% a mais do que a rival, Hillary Clinton.
No estado pêndulo, há ainda a procura pelo eleitorado dos latinos, principalmente os porto-riquenhos. A estimativa é que murado de 600 milénio pessoas com origem na ilhota vivam na Pensilvânia.
Nesta semana, a comunidade de descendentes de Porto Rico protestaram em seguida o comediante Tony Hinchcliffe zombar da ilhota, que faz segmento dos EUA, durante um comício de Trump no último domingo, 27, em Novidade York. Hinchcliffe falou: “Não sei se vocês sabem disso, mas neste momento existe literalmente uma ilhota flutuante de lixo no meio do oceano. Acho que se labareda Porto Rico”.
Artistas uma vez que a estrela da música latina Bad Bunny criticaram a fala e tornaram público seu esteio a Kamala Harris. Outros músicos de origem porto-riquenha, uma vez que Residente, Don Omar, Jennifer Lopez, Ricky Martin e Luis Fonsi condenaram as “piadas” de Hinchcliffe e Trump por permiti-las. O que tensiona ainda mais a disputa acirrada.
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