Do Japão ao Cerrado: a história do empresário japonês que foi o 'Rei do Algodão' no Brasil
Foi na safra de 2023/24 que o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o maior produtor de algodão do mundo, com uma colheita de mais de 3,7 milhões de toneladas. O país também alcançou, oficialmente e pela primeira vez na história, o título de maior exportador mundial da ligamento, superando os EUA. Mas muitos anos antes desse reconhecimento, um empresário nipónico já vislumbrava o potencial do algodão brasílio.
A história de Takayuki Maeda começa em 1927, quando seu pai, Tsunezaemon Maeda, junto com a esposa Aiko e os filhos Takayuki e Tochiyuki, deixou a cidade de Saga-Ken, no Japão, embarcando no navio Manila Maru rumo ao Brasil. O orientação era o interno de São Paulo, onde buscavam uma vida melhor nas lavouras cafeeiras.
A família Maeda chegou ao Brasil em meio à vaga de imigração japonesa iniciada em 1908, um movimento que moldou a cultura brasileira e impulsionou o desenvolvimento agrícola, principalmente no setor cafeeiro.
Durante a dez de 1920, a produção de moca no Brasil atingiu 167,3 milhões de sacas, das quais 82,3% foram exportadas, segundo a Instauração Getulio Vargas (FGV). O moca, até logo, era o principal resultado de exportação da economia brasileira.
Inicialmente, a família se estabeleceu na Herdade Santa Tereza, em Franca, mudando-se em 1935 para Ituverava, onde enfrentou enormes desafios, uma vez que a perda de cinco filhos enquanto desbravavam as terras recém-adquiridas. Em 1939, arrendaram 30 alqueires na Herdade Cascata e, dois anos depois, conseguiram comprar 120 alqueires, marcando a transição de empregados para proprietários de terras.
Segundo o deputado federalista Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), a “visão de horizonte de Takayuki Maeda, fruto mais velho e sucessor do patriarca, foi fundamental para o propagação do Grupo Maeda“.
Em 1950, Takayuki trouxe um trator D4 dos EUA, iniciando a mecanização das lavouras, um feito pioneiro na região. A família expandiu suas propriedades e, em 1956, já possuía 640 alqueires, além de introduzir novas famílias de imigrantes japoneses, formando uma colônia que se tornou referência.
Do moca para o algodão
Foi em 1956, com uma colheita recorde de algodão, que Takayuki Maeda viu um novo caminho para o grupo. Mesmo enfrentando enchentes que destruíram segmento da lavoura, ele e seu irmão Tochiyuki trabalharam incansavelmente para restabelecer a produção, solidificando a reputação da família no setor de algodão.
Até 1973, o Grupo Maeda focou em expandir suas terras em São Paulo. No ano seguinte, adquiriu sua primeira herdade em Goiás, dando início a uma novidade período de expansão. A verticalização das operações começou em 1974, com o beneficiamento de algodão e a construção de unidades em Itumbiara e Porteirão. Em 1987, o grupo criou uma indústria de óleo de caroço de algodão.
O espírito visionário de Takayuki Maeda lhe rendeu o sobrenome de “Sebastião Condensado”, pois, em vez de investir em terras férteis, ele apostou em larga graduação no Condensado, uma região até logo considerada improdutiva. Na dez de 1970, Maeda iniciou o processo de verticalização com a construção de várias usinas de beneficiamento de algodão.
Nos anos seguintes, o Grupo Maeda diversificou suas atividades, investindo na fiação de algodão, na indústria de gordura vegetal e expandindo-se para Mato Grosso e Bahia. Com foco no horizonte, a família Maeda estabeleceu parcerias estratégicas, incluindo uma joint-venture em sementes de algodão e a ingressão nos setores de etanol e açúcar. Em 2010, o grupo Maeda, um dos maiores produtores de algodão e de grãos do Brasil, foi vendido ao fundo Arion Capital.
Takayuki Maeda faleceu em Ituverava, São Paulo, em 2008, aos 83 anos, posteriormente complicações de saúde, deixando um legado que transformou o agronegócio brasílio e colocou o Brasil no planta global do algodão.