De olho em florestas, sinal de fumaça e furacões: como startups ajudam com as mudanças climáticas

Há pelo menos duas décadas o Brasil não queimava tanto uma vez que nos últimos três meses. Com incêndios na Amazônia, no Pantanal, no Tapado e no estado de São Paulo, muro de 60% da extensão do país ficou sob uma densa fumaça capaz de modificar a paisagem de centenas de cidades.

Ao todo, 15,4 milhões de pessoas sofreram qualquer impacto das queimadas nacionais, com um prejuízo de 1,3 bilhão de reais à economia do país, segundo a Confederação Vernáculo de Municípios.

Agora, se é verdade que o queima assustou pelo tamanho e pelo impacto, também é verdade que alertas sobre eventos climáticos extremos não são de hoje. A boa notícia é que uma série de pessoas já começou a se mexer para resolver esse problema, seja em projetos sociais, em atitudes do dia a dia, ou até mesmo empreendendo.

Pelo mundo, são muro de 45.000 climate techs, empresas de tecnologia para soluções climáticas — e elas têm recebido grana para crescer. Neste ano, até junho, 3,4 bilhões de dólares já foram investidos em startups do clima. O número se aproxima do totalidade de cheques de 2023, de 3,9 bilhões de dólares.

No Brasil, são muro de 300 startups verdes, de congraçamento com o levantamento mais recente da gestora Climate Ventures, de 2022. Trata-se de um número em subida. Programas uma vez que o Jornada Amazônia — uma iniciativa da Instalação Certi para captar recursos junto a grandes empresas e formar empreendedores da região Setentrião — e o Sebrae Startups, com um braço de empresas de sustentabilidade, estão ajudando a intensificar negócios uma vez que climate techs pelo país.

Sem nenhum sinal de queima

Participa do programa do Sebrae, por exemplo, a catarinense Quiron.

Fundada em Lages, cidade de 160.000 habitantes na região serrana de Santa Catarina, a startup cria tecnologias para reduzir as chances de queimadas e de outras ameaças florestais.

Um dos fundadores, o biólogo Gil Pletsch, fora produtor rústico e sentia falta de um sistema seguro para monitorar esses riscos. A solução foi fazer uma instrumento para seguir, via satélite e com cálculos diários, as chances do campo queimar. Essa matemática usa algoritmos capazes de transformar dados díspares — tipo de árvore, inclinação e nível de secura do terreno, proximidade de centros urbanos e por aí vai — numa graduação de plebeu a altíssimo risco de a coisa pegar queima.

“Esse é nosso principal diferencial, cruzar informações de diferentes famílias de satélites com bases de dados e, a partir de uma perceptibilidade sintético, prever onde pode possuir incêndio”, diz.

Até o ano pretérito, a principal receita da empresa vinha de clientes estrangeiros, uma vez que os governos de Portugal e da Grécia. Eles usam a Quiron na prevenção de queimadas de florestas nativas por lá. No Brasil, a demanda está mais focada na indústria florestal, com empresas uma vez que Suzano e Veracel.

Em 2024, a lógica deve inverter, e pela primeira vez, a receita interna será maior do que a externa. O faturamento ficará na mansão dos 2,8 milhões de reais. Número em tendência de subida, à medida que a startup pretende intensificar suas vendas para empresas brasileiras preocupadas com as mudanças climáticas e para governos da América Latina. “Começamos uma negociação com o Peru, um país com muitos incêndios”, diz Pletsch. “Se der evidente, nossa receita pode aumentar 25 milhões de reais já em 2025”.

Enquanto isso, a empresa segue prevenindo queimadas em muro de 20 milhões de hectares de extensão monitorada. Ao mesmo tempo, está disposta a ajudar numa discussão de mais longo prazo sobre prevenção. “Não somos pequenas ilhas, precisamos ter uma política global de combate ao incêndio”, diz o empreendedor. “Estamos já há seis anos trabalhando com isso. Sabemos e podemos colaborar na discussão. E estamos disponíveis”.

Para não passar contra o tempo

O paulista Rogério Cavalcante se define uma vez que um empreendedor serial. Teve de consultoria sobre licitação pública a negócios em logística e em equipamentos para festas. No final de 2018, decidiu vender tudo para focar seu tempo numa única empreitada: a Umgrauemeio. A climate tech usa câmeras de subida solução para encontrar focos de incêndio em menos de três segundos.

Rogério Cavalcante, CEO da Umgrauemeio: “Dedico meu tempo para não passar detrás do tempo no porvir” (Mario Marques/Divulgação)

A tecnologia monitora mais de 17,5 milhões de hectares atualmente, entre florestas, áreas nativas e lavouras. Desde o primórdio, detectou mais de 25.000 focos de incêndio pelo país, evitando a emissão de 18 milhões de toneladas de gás carbônico e prejuízos estimados em 100 milhões de reais. Isso porque, no entendimento do empreendedor, ao conquistar um foco no seu início, a chance de apagá-lo antes de virar um incêndio de verdade é muito maior. “Quanto mais rápido você detecta um princípio de incêndio, menor vai ser o esforço de combate”, diz. “Não vamos ter uma vez que evitar os focos de incêndio, eles vão ocorrer. Precisamos evitar que o foco se torne incêndio”.

O negócio, dos quais nome é uma referência à meta global de limitar o aquecimento do planeta a 1,5 proporção Celsius, atende principalmente produtores da silvicultura e da indústria da cana de açúcar, preocupados com os danos de incêndios em seus negócios. Há também empresas que contrataram os serviços da Umgrauemeio em suas frentes de ESG, uma vez que a JBS. A multinacional usa a startup para monitorar 2,5 milhões de hectares de extensão no Pantanal. A previsão é de entender receitas de 24 milhões de reais neste ano, um aumento de 26% em relação a 2023.

Ao ver os incêndios devastando regiões inteiras da Floresta Amazônica, do Tapado e de São Paulo, a primeira sensação de Rogério foi de tristeza. “Tristeza em ver o que está acontecendo e saber que temos uma tecnologia pronta para evitar isso. Podemos fazer mais pelas florestas”, diz. “É para isso que estou dedicando meu tempo. Para dar uma pequena imposto e para não precisarmos passar detrás do tempo no porvir”.

No campo, para alertar e prevenir

Pouco antes da tragédia climática que assolou o Rio Grande do Sul em maio, os sistemas da mineira Agrosmart — hoje sediada em Campinas, no interno de São Paulo — emitiram alertas para produtores rurais avisando da chuva a vir. Um tanto semelhante aconteceu em agosto com as secas pelo país. A startup utiliza uma rede com mais de 8.000 sensores para monitorar o clima nas fazendas, e, a partir daí, gerar informações que ajudam 100.000 produtores rurais a tomarem decisões de plantio.

Mariana Vasconcelos, CEO da Agrosmart: “Agronegócio bem-feito faz segmento da solução do clima” (Agrosmart/Divulgação)

Criada no campo, Mariana Vasconcelos, CEO do negócio, fundou uma consultoria em internet das coisas com outros dois sócios no início dos anos 2010. Na era, porém, os clientes não entendiam, de indumentária, qual era a função da empresa. A solução foi gerar um exemplo prático para ser apresentado. Focaram na cultura, um tema familiar para os empreendedores. O case acabou virando o próprio negócio, a Agrosmart, fundada em 2014.

De lá para cá, a empreendedora viu de perto o setor permanecer mais tecnológico e discreto ao meio envolvente. Hoje, além de monitorar o clima, a startup ajuda os produtores a mapear práticas sustentáveis em todas as etapas da produção. “Quando falamos de crise climática, o agronegócio muito feito é segmento da solução”, diz. “Ele pode conquistar carbono com a plantação de árvores e preservar a chuva cuidando melhor do solo, por exemplo”.

Agora, a Agrosmart quer dar um passo além. No final do ano pretérito, a startup lançou um novo resultado que usa os dados dos sensores, de bancos públicos e do mercado para monitorar o clima em regiões inteiras, e não só em fazendas. Recentemente, também comprou uma rede social para produtores trocarem informações sobre suas plantações, também mandando alertas climáticos. Nessa toada, vai crescendo 55% ao ano, ao passo em que torna o produtor rústico mais consciente da valimento de olhar — e cuidar — do clima.

No varejo, árvores de volta

Sabe o cashback, aquele sistema em que você ganha segmento do moeda de volta ao fazer uma compra? Uma plataforma criada em Roraima trocou a grana por árvores. Na Treeback, quando o cliente gasta 50 reais em sites uma vez que Shopee, Amazon e Magalu, uma árvore é plantada.

Amaury Cerqueira, da Treeback: em dois anos, 87.500 árvores plantadas (Treeback/Divulgação)

Amaury Cerqueira, fundador do negócio, consegue fazer isso usando o sistema de afiliados dessas grandes varejistas. Elas pagam uma percentagem sempre que uma compra é realizada a partir de um site terceiro. Assim, quando alguém entra na plataforma da Treeback e, de lá, vai para um e-commerce, Cerqueira ganha uma porcentagem da venda. Desse valor, ele tira os recursos para plantar as árvores. E a plantação é feita com drones, para chegar a lugares mais remotos da floresta amazônica.

Desde a geração do negócio em 2022, a Treeback já plantou 87.500 árvores de 34 espécies nativas. Com esse trabalho, Cerqueira vai faturar 600.000 reais neste ano. A expectativa de incremento na receita vem apoiada numa novidade frente de negócio. A startup se tornou distribuidora de uma tecnologia alemã que usa sensores de longo alcance instalados na floresta em conjunto com satélites para a detecção de incêndios florestais de 1 a 60 minutos em seguida as primeiras chamas.

No olho do furacão

Não se assuste se, nos próximos anos, você ver um pouco parecido com uma água-viva voando pelos céus.

Balão da WindBorne: sensores na ponta do equipamento controlam da direção à profundeza (Tyler Jacobsen/Divulgação)

O objeto muito que poderá ser um balão meteorológico uma vez que os da startup WindBorne Systems, recém-lançados nos Estados Unidos.

Por 200 anos, empresas colocaram balões no ar para captar informações, mas eram instrumentos praticamente estáticos. Eles subiam, coletavam dados por poucas horas e desciam. A WindBorne mudou o jogo. O balão feito pela startup consegue voar por 40 dias e dar a volta ao mundo duas vezes. Ele recebe instruções de voo por satélite e é repleto de sensores capazes de controlar sua profundeza, velocidade e direção. Ele consegue até entrar em furacões e extrair dados deles. Tudo é coletado e interpretado por uma IA, que dá uma previsão meteorológica muito mais assertiva aos clientes, uma vez que o governo americano.

Com melhor previsibilidade, aumentam as chances de prevenção a desastres climáticos — um pouco útil ao mundo inteiro.

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