Empresas listadas na bolsa reduziram diversidade na alta liderança no último ano, aponta B3

A B3, a bolsa de valores brasileira, divulgou a quarta edição do estudo “Mulheres em Ações”, que mapeia a presença de mulheres e pessoas negras em cargos de liderança de 359 empresas de capital crédulo.

O levantamento traz um cenário preocupante sobre a variedade no mercado brasiliano, indicando que 56% das empresas não têm mulheres em suas diretorias estatutárias e 37% não contam com presença feminina nos conselhos de governo.

O estudo, que levou em conta os dados de 359 empresas listadas, apresenta uma situação ainda mais preocupante quando falamos de cor e raça. Das companhias avaliadas, 98,6% não têm nenhum diretor estatutário preto e 87,7% não possuem diretores pardos.

Na confrontação com o último ano, houve uma piora: no último ano eram 337 empresas sem pessoas pretas na diretoria estatutária, enquanto neste ano são 354. Entre pardos, a representatividade era inexistente em 305 empresas, enquanto atualmente são 315.

No caso dos conselhos de governo, 96,6% não possuem conselheiros pretos e 90% não contam com conselheiros pardos. Esses números representam um aumento amargo em confrontação ao ano anterior, quando 337 empresas não tinham diretores pretos e 328 não tinham conselheiros negros, contra os 347 e 323 atuais, respectivamente.

Subtracção dos esforços ESG

Segundo Flavia Mouta, diretora de Emissores da B3, a presença de uma única pessoa de grupos sub-representados nos órgãos de governo pode ter efeitos limitados.

“A variedade em lideranças e conselhos é vital para fortalecer a competitividade e a resiliência das companhias, oferecendo diferentes perspectivas e decisões mais bem-informadas, além de aprimorar a reputação e atratividade para talentos também diversos”, conta. “Na B3, estamos firmemente comprometidos em promover um envolvente mais inclusivo e igualitário.”

O estudo sugere que, para inferir uma influência real nas tomadas de decisão, é preciso aumentar a participação de mulheres e pessoas negras em cargos de liderança, criando uma “tamanho sátira” que impacte de forma efetiva as estratégias das empresas.

Uma vez que forma de estugar a jornada de variedade nas empresas listadas, a B3 implementou que, até 31 de maio do próximo ano, as companhias listadas na bolsa devem apresentar evidências das suas ações nas seguintes práticas:

  • Presença de ao menos uma mulher, pessoa negra, indígena, da comunidade LGBTQIAP+ ou com deficiência nos conselhos de governo ou diretoria estatutária;
  • Estabelecimento de critérios de variedade na indicação de membros da governo;
  • E, em caso de remuneração variável, incluir padrões e metas ESG na política de remuneração dos administradores.

Até 31 de maio de 2026, as companhias listadas deverão descrever com a presença de uma mulher e um integrante de uma comunidade sub-representada em seus cargos de relevância.

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