
Casas-ateliês de Tomie Ohtake e Chu Ming Silveira viram espaços de exposições
As artistas e designers Tomie Ohtake e Chu Ming Silveira tinham mais semelhanças do que se pode imaginar. Estrangeiras asiáticas em São Paulo, Ohtake se mudou do Japão para o Brasil em 1936, enquanto Silveira emigrou da China 15 anos mais tarde. Por cá, Ohtake criou inúmeras obras de arte que hoje estão espalhadas por prédios, o Auditório do Ibirapuera, diversas avenidas de São Paulo e o próprio instituto que abriga exposições, cursos e a memória da artista. Já Silveira, além de seu trabalho uma vez que arquiteta, projetou uma peça conhecida por quase todos os brasileiros em uma era pré-telefones celulares: o orelhão. Na zona sul de São Paulo, ambas viveram em casas brutalistas da dezena de 1970.
Agora, por meio da terceira edição da plataforma de exposição Simples, esses espaços estarão disponíveis para visitação até 15 de setembro.
“Estamos empolgados em revelar as histórias notáveis dessas mulheres extraordinárias e seu profundo impacto na arte, arquitetura e design brasileiros. A mostra não somente celebra suas contribuições artísticas e arquitetônicas mas também suas perspectivas imigrantes que moldaram o movimento modernista brasiliano”, diz Filipe Assis, empreendedor de arte e fundador da Simples.
A residência projetada por Silveira se destaca pela estrutura de concreto e vidro e distinta do estilo arquitetônico convencional. Foi projetada para melhorar a convívio e priorizar a funcionalidade, destinada a ser experimentada, e não somente observada.
A morada também recebe uma seleção de trabalhos de Wanda Pimentel, Abraham Palatinik, Anna Maria Maiolino, Kishio Suga, Lucio Fontana, Maria Martins, Sheila Hicks e Anish Kapoor. Na morada onde passou a puerícia, Alan Chu, rebento mais novo de Silveira, apresenta suas criações de mobiliários.
Já a residência de Tomie foi projetada por seu rebento Ruy Ohtake. A casa-ateliê de 750 metros quadrados foi um dos primeiros grandes projetos de Ruy.
Em homenagem a Tomie, Paulo Miyada, curador do Instituto Tomie Ohtake, apresenta uma exposição sobre a vida e a obra da artista, que inclui itens pessoais, material de registo e obras de arte. Rodrigo Ohtake, neto de Tomie, também apresenta uma edição próprio limitada de peças de design editadas pela Galeria Etel. Essa coleção conta com duas peças de Ruy e duas criações originais do próprio Rodrigo.
ABERTO3 | Até 15 de setembro
Residência de Chu Ming Silveira | Rua República Dominicana, 327, Real Parque, São Paulo
A Moradia Ateliê de Tomie Ohtake | Rua Antonio de Macedo Soares, 1.800, Campo Belo, São Paulo
De quarta-feira a domingo, das 10 às 18 horas (última ingresso às 17 horas). De quarta a sexta-feira, de 30 reais (meia) a 60 reais (inteira). Aos Sábados e domingos, de 40 reais (meia) a 80 reais (inteira)