Presidente do México critica EUA por reconhecerem vitória de González na Venezuela

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, criticou o posicionamento dos Estados Unidos em relação à crise pós-eleitoral na Venezuela, posteriormente o secretário de Estado americano, Antony Blinken, reconhecer na quinta-feira a vitória do opositor Edmundo González Urrutia sobre Nicolás Maduro. Na ocasião, Blinken afirmou que González venceu a eleição de domingo, citando “evidências esmagadoras”.

— Com todo reverência, o que o Departamento de Estado fez é um excesso. Peço desculpas a Blinken, mas isso não lhes corresponde, estão se excedendo. Não ajuda na convívio pacífica e harmoniosa entre as nações. É uma imprudência — disse López Obrador nesta sexta-feira. — Onde estão a lei, o recta internacional? Quem autoriza [Blinken], se ainda não apareceram as atas? O reconhecimento não é oferecido por um país estrangeiro, mas pela soberania de um povo.

No dia anterior, Blinken disse, em expedido, que González “recebeu a maioria dos votos nesta eleição por uma margem intransponível”, contrariando o pregão solene das autoridades eleitorais venezuelanas, que declararam a reeleição de Maduro.

“Dadas as evidências esmagadoras, está evidente para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano que Edmundo González Urrutia obteve a maioria dos votos nas eleições presidenciais da Venezuela em 28 de julho.”

Reação internacional

Até agora, só Estados Unidos e Peru reconheceram porquê verdadeira a escrutinação paralela feita pela oposição. Um dia antes da enunciação de Blinken, o subsecretário de Estado para o Hemisfério Ocidental, Brian Nichols, já havia indicado que essa seria a posição do governo americano, durante reunião na Organização dos Estados Americanos — também criticada nesta sexta-feira pelo mexicano, alegando que “o que fizeram com a Venezuela é uma vergonha”.

Também nesta sexta-feira, os chanceleres da Argentina e Uruguai apontaram o opositor porquê vencedor das eleições na Venezuela. Do Uruguai, Omar Paganini afirmou no X que, “em função da evidência esmagadora, fica evidente para o Uruguai que Edmundo González Urrutia obteve a maioria dos votos nas eleições presidenciais da Venezuela”.

Por sua vez, a chanceler argentina, Diana Mondino, escreveu: “Todos podemos confirmar, sem incerteza, que o legítimo vencedor e presidente eleito é Edmundo González”, compartilhando na mesma publicação o link para o site em que a oposição reuniu dados de atas eleitorais que disse ter obtido na maioria das seções de votação — ainda não há, porém, validação independente do material compilado pelos opositores.

A enunciação de Mondino ainda não é um reconhecimento solene do governo de Javier Milei de González porquê presidente. Em nota separada, o Ministério de Relações Exteriores da Argentina disse que a “República Argentina segue com extrema atenção e preocupação os acontecimentos na Venezuela a termo de pronunciar-se de maneira definitiva”. No domingo, porém, Milei contestou o pregão de vitória de Maduro pelo Juízo Pátrio Eleitoral (CNE), afirmando que “a Argentina não vai reconhecer outra fraude”.

Segundo o CNE, Maduro venceu com 51,2% dos votos, mas a oposição diz que González recebeu muro de 67% dos votos. O Tribunal Superior de Justiça, de viés governista, convocou os candidatos para “o processo de investigação e verificação para confirmar de maneira irrestrita os resultados do processo eleitoral”, nesta sexta-feira, posteriormente atender a um pedido da campanha de Maduro.

O Brasil, que também ofídio de Caracas a divulgação dos documentos das urnas, evita corroborar os números fornecidos pela oposição e espera a que eles sejam apresentados de forma solene pelo CNE. Na quinta-feira, o governo brasílico, ao lado da Colômbia e do México, divulgou uma nota conjunta fazendo um chamado às autoridades da Venezuela para que sejam divulgados os documentos que mostrem porquê foi a votação.

“Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação”, diz um trecho da nota.

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