Chanceleres de Brasil, Colômbia e México cogitam ir à Venezuela para dialogar com Maduro e González

Depois conversas sobre a crise na Venezuela, os chanceleres de Brasil (Mauro Vieira), Colômbia (Luis Gilberto Murillo) e México (Alicia Bárcena) cogitam ir a Caracas nos próximos dias para tentar negociar uma saída para a grave crise política do país.

Segundo interlocutores do governo brasílio, os três países querem que as negociações para um negócio pacífico sejam feitas diretamente com Nicolás Maduro, presidente considerado reeleito pelo Recomendação Pátrio Eleitoral (CNE), e Edmundo González, que diz ter vencido o pleito e estar respaldado por atas eleitorais recolhidas pela oposição.

Para que o diálogo avance, a teoria é iniciar o diálogo sem a participação da principal líder da oposição, María Corina Machado.

Depois das eleições do último domingo, logo que CNE anunciou a vitória de Maduro, a oposição reagiu, afirmando que González, um diplomata, foi o grande vitorioso.

A mobilização dos três países foi um dos pontos discutidos, na tarde da última quinta-feira, em uma conversa telefônica que durou muro de uma hora entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, o colombiano Gustavo Petro e o mexicano Andrés Manuel López Obrador.

A avaliação é que, desabilitada pela Justiça do país para disputar a eleição, em que era favorita, María Corina nunca seria recebida em uma mesa de negociações pelos chavistas. Ela tem sido chamada de representante da extrema-direita por Maduro.

Segundo fontes da diplomacia, caberá ao México fazer a aproximação para constituir a mesa de diálogo. Obrador foi o primeiro a criticar a posição do Estados Unidos, que afirmaram que a eleição de Maduro foi fraudulenta e que González venceu a disputa. Isso o aproximou mais do regime venezuelano, sob o ponto de vista político.

Costa Rica e Equador seguiram os EUA — os chanceleres da Argentina e Uruguai também se mostraram em prol de González, mas oficialmente os dois países não se manifestaram. Já Brasil e Colômbia se mantêm em silêncio, diante da complicação da situação.

Na conversa, os presidentes latino-americanos também decidiram intensificar as pressões sobre as autoridades venezuelanas para que sejam divulgados o quanto antes os boletins de urna que comprovem, oficialmente e com imparcialidade, o resultado da votação. Porquê mostrou O GLOBO, quarta-feira passada, o governo brasílio não aceitará apurações paralelas para tomar uma decisão.

Depois o telefonema, os três países divulgaram uma nota, com um apelo para que as atas eleitorais sejam divulgadas o quanto antes. O texto também mostra preocupação com a escalada da violência na Venezuela, que já culpa mortes e prisões de opositores de Maduro.

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