Flora Bitancourt, líder da WCF no Brasil: "Somos conhecidos como a COP das empresas e investidores"

Se por muitos anos a Cúpula do Clima da ONU (COP), foi vista uma vez que um espaço exclusivamente de governos, a World Climate Foundation (WCF) nasceu em 2009 para mudar essa veras e incluir cada vez mais a participação de empresas.

A privação de um diálogo ativo do setor privado foi percebida pelo fundador e CEO da organização global, Jens Nielsen, durante a COP15 em Copenhague, na Dinamarca. Desde portanto, atuam com foco em parcerias e investimentos nas áreas de clima, biodiversidade e resiliência à saúde e estão presentes anualmente nas COPs, promovendo o evento World Climate Summit.

“Somos conhecidos uma vez que a COP das empresas e investidores“, contou Flora Bitancourt, líder da WCF no Brasil, em entrevista exclusiva à EXAME. 

Às vésperas da COP29 em Baku, no Azerbaijão, o evento voltado a alavancar investimentos sustentáveis irá sobrevir no dia 17 de novembro. E pela primeira vez, terá a representação do Brasil, graças ao trabalho de Flora, que há seis meses tem o papel de posicionar o país uma vez que protagonista na agenda de soluções verdes e baseadas na natureza (SBNs) e ajudar as empresas a construírem sua estratégia de clima e financiamento.

Paulista, Flora também está avante da consultoria Impact Beyond, com a missão de trasladar o universo dos negócios para empreendedores construírem seus planos ESG (sociais, ambientais e de governança), posteriormente perceber um ‘gap’ de linguagem e narrativa. “De um lado, empreendedores com uma força pulsante de querer transformar o mundo com soluções inovadoras, e de outro, uma empresa querendo se engajar, mas não conseguindo nem costurar sua própria estratégia interna“, destacou.

E agir pela transformação sempre foi um pouco genuíno para ela: com exclusivamente 19 anos, fundou a Movimentarte para impulsionar a arte, música e a dança — ONG que existe até hoje e é “seu orgulho”, conta.

Para somar em sua trajetória, ganhou um prêmio da Red Bull quando ainda era muito jovem e foi acelerada uma vez que empreendedora social. Na quadra, se apaixonou tanto pelos processos, que entrou para a equipe internacional e passou adiante todo seu conhecimento sobre desenvolvimento pessoal. 

“Eu brinco que foi meu ‘MBA’ de impacto, porque eu passei mais de 100 dias em submersão para falar de modelos de negócios, de teoria da mudança, estratégias, e escutando com profundidade as realidades do mundo”, contou.

Mais tarde, viajou o mundo e atuou em projetos sociais. Não á toa, ela diz que se conectou e se encantou muito com a World Climate Foundation desde o princípio. “Em toda a minha jornada, compactuo com a visão de que é preciso conectar o setor privado com as ideias e a forma inspiradora que empreendedores sociais e lideranças acreditam na mudança positiva e na transformação do planeta“, frisou. 

Mirando na COP30 em 2025 e G20 no Brasil ainda neste mês de novembro, Flora também tem feito muitas visitas à Belém e interagido com a comunidade e o território amazônico. Liderando algumas pesquisas, passou a entender a relevância de também virar sua lente para o governo, que segundo ela, “precisa fazer secção dessa história”. “Eu vejo que muitas das ações do setor privado acabam se tornando inspiração de políticas críticas, que vão ser implementadas em larga graduação pelos nossos líderes”, disse. 

A participação social é um pouco que também acredita fortemente e quer provocar na organização, ao elogiar as vozes do sul global. “Meu papel uma vez que liderança no Brasil é ampliar os encontros por meio de uma lente amazônica, de quem vive a veras”, complementou.

Pensando nisso, a WCF está construindo uma ‘Lar COP’ em Belém, cidade do Pará anfitriã da COP25 no ano que vem, se propondo a ser um espaço para aterrisagem cultural e experiências imersivas sobre a Amazônia. Em fala com mais de 50 lideranças e organizações locais, ela passará a se invocar “Lar Dourada” posteriormente a COP e irá permanecer uma vez que legado para a região. 

O sonho de Flora é uma transição justa e inclusiva, onde relações humanas verdadeiras são priorizadas. “Minha missão é ter um mundo em que não só se pense em descarbonização, mas também em justiça social”. Ela conta que escolheu focar na questão do clima, pois a taxa é transversal, e impacta pessoas, infraestrutura, cidades, finanças, meio envolvente, biodiversidade, empreendedorismo e economia.

COP dos investidores

Em 2021, a WCF lançou durante a COP em Glasgow um compromisso de 130 milhões de euros investidos até 2030 — e 50% da meta já foi batida (tapume de 70 milhões de euros).

“A COP não é só um evento, é um espaço de negociação, de compromissos e alianças fortes e globais. No termo das contas, é muito sobre financiamento, tema medial neste ano. Com a ampliação do fluxo de capital para o Brasil, trabalhamos em conjunto com coalizões para desenvolver pesquisas e diálogos setoriais e entender as necessidades locais”, destacou Flora.

O World Climate Summit deve descrever com aproximadamente 430 milénio participantes de todo o mundo, e se tudo percorrer conforme o esperado, ela espera que pelo menos 200 pessoas sejam brasileiras. Já há alguns anos, participam da Climate Week de Novidade York e agora estão organizando um Climate Investment Summit em Londres, outra agenda de financiamento. 

A organização tem olhado para o Brasil, com todo seu potencial de “nature-rich country”, para propor uma transição justa e sustentável e enxerga o mercado de carbono uma vez que um atrativo para investimentos.[/grifar]

Segundo Flora, o Projecto Clima do governo federalista, é capaz de aligeirar a regulamentação deste mercado e eventos globais uma vez que a “COP dos investidores” são essenciais para mudar a imagem do país no exterior.

“As multinacionais precisam aproveitar essa oportunidade para que suas prioridades sejam visíveis no cenário global. Outrossim, investir em soluções sustentáveis pode ampliar as exportações brasileiras”, destacou. 

Para ela, o “blended finance” seria um caminho de investimento, pois oferece maior segurança e menor risco para o investidor.