O papel das mulheres na construção de um futuro ESG

ESG Insights

O papel das mulheres na construção de um horizonte ESG

POR BÁRBARA VETOS

A participação ativa das mulheres em questões ESG dentro das empresas tem ajudado a impulsionar a agenda sustentável. Segundo a pesquisa
Profissionais de tecnologia no Brasil (2021)

, da Revelo, 72% das empresas com cume desempenho ESG possuem uma ou mais mulheres atuando no recomendação de gestão, e 52% possuem uma ou mais mulheres na diretoria.

Inspirada por essas tendências e a término de ver cada vez mais mulheres adiante de projetos envolvendo o tópico, Daniele Ciotta, engenheira ambiental e gerente da Subdivisão de Meio Envolvente e Responsabilidade Social na Copel Distribuição, publicou o e-book A voz feminina da sustentabilidade.
A obra é composta por uma coletânea de 75 textos, escritos por 81 autoras – alguns em coautoria – e aborda temas diversos dentro do viés sustentável.

O que surgiu de uma inquietação enquanto profissional e cidadã se tornou um projeto muito maior. Os formatos das publicações variam: cláusula de opinião, textos mais científicos, história pessoais, cases
. Para a engenheira, essa pluralidade de temas e estilos é um diferencial, e faz com que as pessoas possam escolher o que desejam ler de combinação com interesse e afinidade.

Em entrevista ao ESG Insights, Ciotta conta um pouco sobre o processo de geração do livro, a preço de abordar o tema por uma perspectiva feminina, de que forma as mulheres podem reunir na construção de um horizonte ESG e o papel das empresas nisso. Confira.

ESG Insights – Por que falar sobre mulheres, especificamente, dentre tantas abordagens possíveis sobre sustentabilidade?

Daniele Ciotta –
Eu queria fazer um pouco só para mulheres, porque é uma tarifa que eu também me envolvo. Queria enaltecer o trabalho delas. Eu saí convidando, fiz postagens nas redes sociais, uma foi chamando a outra. Eu tinha expectativa de conseguir uns 40 textos, mas no final tivemos muito mais.

Foi um sucesso de adesão e engajamento das mulheres. Todo mundo que atendeu aos requisitos teve seu texto publicado, não deixamos ninguém para trás. Isso me trouxe bastante alegria, me fez perceber o quanto as mulheres estão engajadas nessa questão de ESG e sustentabilidade.

ESG Insights – Quais você considera que são os principais desafios enfrentados pelas mulheres que trabalham em sustentabilidade e ESG?

Daniele Ciotta –
Ainda há uma vertente contrária ao ESG, ou que acha que é um movimento ambientalista simplesmente, mas estamos vendo que não é. Isso é uma cobrança da sociedade e do próprio mercado financeiro, mas sabemos que o caminho é longo. Muitas mulheres desejam ser ouvidas e enfrentam dificuldades.

Essa resistência por segmento de algumas empresas ainda existe, mas outras já estão se vendo até obrigadas a pautar esse tópico, porque é um pouco que está em subida. Não tem porquê fugir. Liderança feminina também é uma tarifa ESG e, com todas as transformações que temos visto nos últimos anos, as mulheres têm conquistado, aos poucos, mais espaço.

ESG Insights – Quais você entende que são os benefícios de ter mulheres trabalhando com sustentabilidade?

Daniele Ciotta –
Não só em sustentabilidade, mas a justiça e a diversificação de gênero dentro das empresas, inclusive em cargos de liderança, propiciam um envolvente de inovação, de originalidade, de pontos de vista diferentes.

Muitas vezes, as mulheres são claro de críticas pelo veste de serem ou poderem vir a ser mães, porquê se isso atrapalhasse na curso e no desempenho delas dentro das empresas. Mas a maternidade pode ser uma propriedade positiva e influenciar na visão de mundo dessas profissionais.

“As mulheres estão impulsionando ESG nas empresas com um olhar mais sensível”

Existem pesquisas que mostram que o veste de a mulher ser mãe aguça a questão da empatia, de ter mais paciência. As mulheres estão impulsionando ESG nas empresas com um olhar mais sensível, e isso inclui questões ambientais e sociais.

A variação, de uma maneira universal, seja em ESG ou em outras áreas, traz muitos ganhos na forma de pensar e na tomada de decisão.

ESG Insights – De que forma que você acha que as empresas podem contribuir para a inclusão desse público? E porquê podemos encorajar mulheres para que sigam em áreas ESG e entendam que elas têm sua preço ali?

Daniele Ciotta –
A presença feminina nas posições de liderança das empresas e em ESG vai muito além de questões de direitos humanos, de justiça de gênero e de justiça social. Propicia um envolvente produtivo e passa a ser uma estratégia de negócios, fundamentada em evidências.

“A empresa tem que fabricar essa consciência de que a variação é importante e buscar superar esses estigmas culturais, estruturais e até institucionais”

Ainda hoje, nós temos mercados que, dependendo da superfície de atuação, são estritamente masculinos. Eu mesma trabalho em um lugar em que a grande maioria é varão.

A empresa tem que fabricar essa consciência de que a variação é importante e buscar superar esses estigmas culturais, estruturais e até institucionais, e tentar viabilizar uma participação mais ativa das mulheres.

Isso pode ocorrer por meio de programas de mentoria, de desenvolvimento de liderança, rede de suporte, oportunidades de curso e subida profissional que não sejam restritas, justiça entre homens e mulheres.

É importante também que a empresa busque oferecer um estabilidade entre a vida pessoal e profissional, porquê com a questão da licença maternidade estendida. Já que ela tem uma vida dupla, ela precisa poder desempenhar os dois papéis.

ESG Insights – Qual a urgência que você enxerga hoje na questão da justiça de gênero dentro das empresas?

Daniele Ciotta –
Não é uma questão de privilegiar as mulheres, mas de dar oportunidades. Existe uma desigualdade histórica que precisa ser reparada. As mulheres começaram a ter direitos e passaram a trabalhar há menos de um século. Há pouco mais de três décadas, foi estabelecida paridade de direitos e deveres entre homens e mulheres.

“As empresas têm que pensar nessa reparação e no seu papel social para alavancar a tarifa feminina”

Só no ano pretérito foi publicada a lei de paridade salarial entre homens e mulheres. As empresas têm que pensar nessa reparação e no seu papel social para alavancar a tarifa feminina.

Um relatório recente do Fórum Econômico Mundial mostrou que o mundo vai levar mais de 134 anos, ou seja, cinco gerações, para entender a paridade de gênero. Se a gente não fizer zero agora, não estaremos nem cá mais quando isso ocorrer. Se é que vai ocorrer… As empresas precisam agir.

ESG Insights – De que forma que você acha que o livro pode contribuir para esse fortalecimento da voz feminina na sustentabilidade? Qual é seu objetivo com ele?

Daniele Ciotta –
O objetivo sempre foi dar palco às mulheres que trabalham com ESG, com sustentabilidade. Dar voz, porquê o próprio livro sugere.

No livro, temos profissionais ESG de várias frentes, temos engenheiras, advogadas, biólogas, jornalistas, mulheres consolidadas na curso, em transição ou começando agora no mercado… A teoria é justamente que as empresas possam vislumbrar ali a especialidade que essas mulheres têm e isso possa penetrar portas para elas.

O livro é uma grande uma grande vitrine para que essas mulheres possam ser vistas por sua cultura profissional e façam a diferença no ramo da sustentabilidade.

O livro está disponível para download gratuito.

Foto: Divulgação

Daniele Ciotta, engenheira ambiental e gerente da Subdivisão de Meio Envolvente e Responsabilidade Social na Copel Distribuição

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