Inflação diminui na zona do euro em junho com olhares voltados para o BCE

KIRILL KUDRYAVTSEV

Estátua do logotipo do euro na sede do Banco Médio Europeu (BCE), em 6 de junho de 2024, na cidade alemã de Frankfurt

Kirill Kudryavtsev

A inflação na zona do euro caiu ligeiramente em junho na confrontação anual, mas os analistas indicam que a queda dificilmente será suficiente para o Banco Médio Europeu (BCE) proceder a novos cortes nas taxas de juros.

Segundo a escritório europeia de estatísticas Eurostat, a inflação em junho na zona do euro foi de 2,5%, com uma ligeiro queda em relação a maio, quando foi medida em 2,6%.

A contração para 2,5% em junho coincidiu com a expectativa divulgada por analistas de consultorias porquê FactSet e Bloomberg.

Porém, a inflação subjacente (que elimina vitualhas e pujança) manteve-se no mesmo nível de maio, em 2,9%, contrariando as expectativas dos analistas do mercado, que projetavam uma ligeira queda.

A ligeiro contração inflacionária em junho apoia-se na desaceleração dos preços dos vitualhas (que são medidos em conjunto com as bebidas alcoólicas e o tabaco) e da pujança.

Porém, os serviços e os bens industriais permaneceram estáveis em relação a maio.

Entre as principais economias da zona do euro, a Alemanha registrou 2,5%, mesmo índice da França. A Espanha, por sua vez, apresentou um reajuste nos preços ao consumidor de 3,5%.

A inflação mais subida da zona do euro em junho foi registrada na Bélgica, com 5,5%, e a mais baixa na Irlanda, com 1,5%.

A inflação na zona do euro manteve uma trajetória claramente progénito desde outubro de 2020, momento em que atingiu um sumo de 10,6%, embora tenha registrado uma recuperação tímida em maio, para retomar a tendência em junho.

– “Dores de cabeça” –

Diante do cenário de outubro de 2020, o BCE iniciou um aumento acentuado das taxas de juros básicas.

Devido à tendência de contração dos últimos meses, o BCE iniciou o lento processo de redução das taxas de juros no início de junho, com o seu primeiro galanteio de 2019.

“A nossa tarefa não está concluída. Temos que permanecer vigilantes. Não descansaremos até derrotarmos a inflação e esta retornar ao nível de 2%”, disse na segunda-feira em Portugal a presidente do BCE, a francesa Christine Lagarde.

Os analistas de mercado consideram improvável outro galanteio na próxima reunião do BCE, marcada para julho, mas há expectativas crescentes de que poderia reduzir as taxas ainda nascente ano.

Para o profissional Jack Allen-Reynolds, economista-chefe da consultoria Capital Economics, o vestimenta de os serviços permanecerem altos praticamente elimina a possibilidade de novos cortes do BCE no limitado prazo.

“Já parecia pouco provável que o BCE reduziria as taxas de juros na sua reunião de julho, e os dados da inflação de junho reforçarão a inclinação das autoridades para agir com muita cautela”, disse ele.

“A inflação dos serviços oscilou em torno de 4% desde o início do ano, sem mostrar sinais de uma tendência de queda”, acrescentou.

Riccardo Marcelli Fabiani, da Oxford Economics, destacou que a inflação nos serviços ainda causará “dores de cabeça” ao BCE.

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