Indígenas equatorianos pedem para ser consultados sobre projetos extrativistas

Rodrigo BUENDIA

Indígenas marcham em revelação de movimentos e organizações de povos originários contra atividades de mineração em seu território, em Quito, 2 de julho de 2024

Rodrigo BUENDIA

Muro de milénio indígenas equatorianos marcharam pacificamente em Quito nesta terça-feira (2) para rejeitar a autorização de projetos extrativistas em seus territórios sem consulta prévia porquê determina a lei.

“Os territórios dos povos indígenas nos últimos 50 anos se tornaram territórios sacrificáveis”, disse à prensa Leonidas Iza, presidente da maior organização de povos originários, a Conaie.

O líder também reclamou: “Dos povos indígenas tiramos mineração, tiramos petróleo. Eles deixam morte, contaminam a chuva, a selva fica contaminada, os territórios onde vivemos são contaminados, e praticamente o desenvolvimento não chegou a esses territórios”.

Iza comandou a marcha até a sede da Parlamento Pátrio para entregar um projeto de lei que regulamenta a consulta prévia e ambiental, que deve ocorrer antes da licença de áreas para extração de recursos naturais.

Nascente mecanismo está consagrado na Constituição, mas não há um regramento para sua emprego.

“O que vamos apresentar é uma lei orgânica para que o Estado, em todas as suas dimensões, respeite os titulares de direitos que são as comunas, comunidades, povos e nacionalidades”, disse Iza.

Com cartazes com slogans porquê “Não à mineração, sim à vida” e “a chuva é o nosso maior tesouro”, a marcha contou com a participação de habitantes de áreas mineradoras.

Margot Villamarín, uma camponesa da localidade de Las Pampas, na província medial de Cotopaxi, denunciou que a socialização dos projetos extrativistas não é feita com toda a comunidade.

Os opositores ao extrativismo “foram ameaçados com força policial e militar em nosso setor (…) Nos trataram porquê terroristas e não somos, somos camponeses que defendemos nossa chuva, nossa natureza”, disse esta mulher de 50 anos à AFP.

Também nesta terça, pequenos grupos de militantes de esquerda e educadores também queimaram pneus na capital equatoriana em protesto contra o aumento do preço da gasolina, em vigor desde sexta-feira passada.

Estes protestos ocorrem antes da marcha convocada para quinta-feira pela Frente Unitária de Trabalhadores (FUT), que reúne os principais sindicatos.

O preço do galão americano de gasolina regular subiu 11%, passando de 2,46 para 2,72 dólares (R$ 15,4). Esse valor será ajustado mensalmente, de congraçamento com o preço internacional do petróleo, podendo subir até 5% e encolher até 10%.

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