
‘Never Bet Against Weg’: BTG faz mea culpa e eleva recomendação para compra
No pós-coronavírus, Warren Buffett cunhou a frase “Never Bet Against America”, ressaltando a consistência e o poder de recuperação da economia americana.
“Never Bet Against Weg”, parafraseou um grande gestor de ações brasílico, em uma das várias vezes que questionei se os múltiplos da gigante de Jaraguá do Sul não estavam muito esticados.
Um relatório publicado hoje pelo BTG (do mesmo grupo de controle da Inspecção) comprova a teoria.
Depois ter rebaixado o papel para neutro em março deste ano, o exegeta Lucas Marquiori fez um longo mea culpa e voltou a recomendar compra, elevando o preço-alvo de R$ 60 para R$ 68 para o término do próximo ano, um potencial de subida de quase 25% em relação à cotação atual.
“Estávamos errados”, escreveu, num tom de franqueza vasqueiro no sell side. Somente em 12 meses, os papéis da Weg avançam 66%, rompendo máxima detrás de máxima.
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A recente queda das ações com os resultados do terceiro trimestre, abriu uma oportunidade relevante de compra. Na quarta-feira, os papéis tombaram 5% por conta principalmente de uma queda na margem EBITDA – puxada por maiores despesas com integração com a Regal e maiores custos logísticos.
“A Weg é vítima do seu próprio sucesso e as expectativas são sempre muito altas”, ressaltou o exegeta, para quem esse é um foi um efeito inopinado, que não deve se repetir nos próximos trimestres.
Mas, muito mais que uma recomendação tática em seguida o sell-off, o que o BTG está vendo na Weg é uma mudança mais estrutural, que deve justificar múltiplos ainda mais elevados.
O triunfo da vigor virente: protagonista global, Weg começa sua temporada mais ambiciosa
Hoje, a Weg negocia a respeito de 30 vezes preço/lucro – o que não é uma barganha, mormente com diversas empresas descontadas na bolsa.
Mais do que uma empresa de motores de baixa voltagem, a crescente participação da companhia no mercado de transformadores, cruciais para a mudança do grid para energias renováveis, está a colocando em uma novidade liga.
“Ao mesmo tempo em que reconhecemos que esse não é o ponto de ingressão ideal, acreditamos que a Weg está aumentando o envolvimento no mercado de vigor nos Estados Unidos dando suporte a um valuation supra da média histórica por um período mais longo”, escreveu Marquiori.
Enquanto no mercado de motores de baixa voltagem, a Weg concorre com empresas uma vez que ABB, Siemens e Schneider Eletric, em transformadores compete com Mitsubishi Electric, Hitachi e Eaton, que vem sofrendo uma potente elevação de múltiplos na Bolsa neste ano.
O BTG destaca ainda que a Weg é uma das empresas mais beneficiadas à desvalorização do real frente ao dólar, por sua exposição em moeda potente, e que temores que causaram o downgrade no início do ano não se materializaram.
Entre eles, estava a expectativa de que concorrentes uma vez que ABB e Siemens pudessem ser mais agressivas para reconquistar o mercado que a Weg ganhou durante à pandemia – o que não aconteceu, pelo contrário. A Siemens acabou saindo do mercado, reforçando o poder de mercado da multinacional brasileira.
Outro risco era que a integração da Regal, que tem margens menores que a da Weg agregada, acabasse puxando a rentabilidade para reles. De novo, o risco não se materializou: a Weg teve margem EBITDA recorde no primeiro trimestre da integração, puxada pela melhora em outros segmentos, mormente de transmissão e distribuição de vigor.
“O valuation premium da Weg é justificado pelo seu valor de escassez, puxado por sua natureza pura de ‘compounder’, com incremento junto com retornos muito altos, exposição positiva ao câmbio e temáticas sólidas (investimento na rede elétrica, eletrificação e renováveis).”
Na manhã de hoje, os papéis avançam pouco mais de 2%, a R$ 55,34.