
‘Ou você é mãe, ou é CEO’. Depois de ouvir isso, ela fundou uma empresa que já movimentou R$ 28 mi
O que aconteceria se todas as mulheres do mundo sumissem? O Brasil perderia metade dos seus empreendimentos e as empresas que sobrassem veriam vagar um terço dos cargos de liderança. Com o desaparecimento de metade da população, seria difícil reocupar essas posições.
O cenário é suposto, mas tomou conta da cabeça de Dani Junco durante e em seguida sua gravidez. Na estação, em uma severa depressão pós-parto, a empreendedora descobriu uma dor universal.
“E eu coloquei na rede social que estava doendo demais em mim pensar em uma vez que eu ia empreender e ser mãe ao mesmo tempo. Daí postei no LinkedIn perguntando ‘vamos tomar um moca?’. Eu esperava 4 pessoas e vieram 80”, conta.
Dani viu no incidente um fenômeno social que precisava ser explorado. Ela continuou os encontros, transformou visão em estratégia e hoje é dona da B2Mamy, socialtech, aceleradora, edtech, coworking, espaço de eventos e maior comunidade de mães da América Latina.
Se falou em “mãe”, pensou em B2Mamy
Com um protótipo B2B2C, a startup tem rendimento permanente, já atingiu o breakeven e é acelerada pela O Farmacêutico.
Desde a instauração, em 2016:
- 100 milénio mulheres foram impactadas
- 3 milénio empresas foram aceleradas – logo na estreia, ofereceram 10 espaços e 1000 empresas se inscreveram
- R$ 28 milhões foram gerados – entre negócios entre as empreendedoras, recolocações no mercado e contratações.
“Somos uma one-stop-shop para qualquer player. Se uma mãe precisar de alguma coisa ela vai encontrar cá”, ela crava. Atualmente, a empresa segue expandindo em novas frentes e procurando oferecer suporte abrangente, mas Dani começou com unicamente uma teoria, que surgiu da sua experiência.
“Ou você vai ser uma péssima CEO, ou vai ser uma péssima mãe”
Ela escutou a frase na primeira reunião que teve com uma aceleradora que procurou para impulsionar a B2Mamy.
Ela não era inexperiente. O primeiro negócio da empreendedora de Santos foi a Injoy, que regionalizava ações de marketing de multinacionais do setor farmacêutico.
“Mas não importava que eu tinha uma empresa que faturava R$ 6 milhões por ano, por eu ser mãe ele falou que eu não ia conseguir”, conta sobre a entrevista com representante da aceleradora.
Farmacêutica de formação, com possante veia científica e tino empreendedor de princípio, Dani usou seu repertório para estudar os porquês, e descobriu que o entrevistador estava visível.
“Do jeito que estavam construídas as acelerações e o ecossistema de inovação, eu realmente não ia conseguir. Aí que descobri meu protótipo de negócio. Eu iria apressar outras uma vez que eu”, conta.
Surge um novo negócio para mães empreendedoras
Com um protótipo de negócio desenhado, Dani procurou e conseguiu a validação e o escora das suas sócias na Injoy. Mais tarde, ele
A B2Mamy começou a operar uma vez que uma aceleradora de startups lideradas por mães e mulheres.
Com a pandemia de Covid-19, a empresa expandiu para a dimensão de instrução, criando o B2Mamy Academy, uma plataforma que oferece mais de 63 aulas e trilhas de capacitação.
Procurando atender ainda mais as dores mais comuns das mães e empreendedoras, Dani também criou a Vivenda B2Mamy, hub de inovação com coworking onde as mães podem levar seus filhos e trabalhar sem se preocupar. O espaço também realiza eventos diversos.
Dani em evento da B2Mamy (B2Mamy/Divulgação)
Não tem propósito bom que salve um resultado ruim
Apesar de ser uma empresa com foco em negócios de impacto social, Dani deixa evidente que um bom resultado e uma boa estratégia de negócios são prioridade.
“Eu não sou uma ONG, logo eu tenho que manter a sustentabilidade financeira e o impacto social ao mesmo tempo. É muito provocador”.
Segundo ela, um resultado ruim é aquele que não resolve um problema real, que não entrega o que o usuário está precisando.
“Você pode ter um propósito lindo, mas se não entregar o que precisam, você morre. Cá temos muito desse olhar de business, sem ele eu morro e as mães ficam sem saída”, detalha.
Para 2024, mais frentes para abraçar
Para 2024, a B2Mamy tem dois focos principais. O primeiro é o desenvolvimento do seu resultado B2C, que estreou no primórdio deste ano e consiste em uma assinatura para quem deseja participar da comunidade.
O segundo é a obtenção de novos parceiros para prometer a expansão do braço de saúde e bem-estar da marca.
- Atualmente a receita da empresa vem 70% dos negócios B2B e 30% dos negócios B2C.
- A projeção para o final do ano é crescer, em valor de mercado, 30% na confrontação com o ano anterior.
“Eu acredito que estamos ganhando uma certa atração. Eu quero que, quando alguém falar em ‘mãe’, maquinalmente pense na B2Mamy.
E, nesse caminho, também quero que passemos a inverter um pouco a narrativa atual. Ao invés de falar sobre mães no mercado de trabalho, por que não falamos do mercado de trabalho sem as mães? Fica a provocação”, conclui.
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