Apoiadores de Evo Morales ocupam quartel e mantêm 20 militares como reféns na Bolívia

Apoiadores do ex-presidente boliviano Evo Morales ocuparam um quartel e mantêm 20 militares uma vez que reféns na cidade de Cochabamba, na Bolívia. A informação foi divulgada pelas Forças Armadas, que também relataram o roubo de armas e munições por “grupos armados irregulares”. O incidente ocorre em meio a uma vaga de instabilidade que já dura 19 dias, com protestos e bloqueios em importantes vias do país em resposta à suposta “perseguição judicial” contra Evo, ex-aliado e agora opositor do presidente Luis Arce.

Conflito com as forças de segurança

“As pessoas que pegarem em armas contra a pátria serão consideradas traidoras e enfrentarão consequências”, afirmou o transmitido das Forças Armadas, que destacou que os reféns “são filhos do povo cumprindo seu obrigação sagrado com a pátria”.

Mais cedo, vídeos mostraram murado de 2.000 manifestantes invadindo o quartel militar do Regimento “Cacique Juan Maraza”, em Villa Tunari, a 160 km de Cochabamba. O departamento mediano de Cochabamba tornou-se o meio dos protestos em espeque a Evo Morales. Camponeses e mineiros fecharam estradas com pedras, troncos e fogueiras, afirmando que estão prontos para uma “resistência” de longo prazo em resguardo de Evo, criminado de desfeita de uma menor de idade — denúncia que ele nega.

Manifestantes utilizam estilingues — ou huaracas, no linguagem quíchua — para atirar pedras nas forças de segurança. Desde o início dos protestos, 61 policiais e nove civis ficaram feridos, muitos com lesões cerebrais traumáticas, segundo dados oficiais.

Crise econômica agrava protestos contra Arce

Embora os protestos tenham começado em resguardo de Evo Morales, manifestantes agora exigem também a repúdio do presidente Luis Arce, que não conseguiu resolver a crise de escassez de moeda estrangeira. Na última quarta-feira, Arce exigiu o “término inopino dos bloqueios”, ameaçando usar “seus poderes constitucionais” para retomar o controle das vias.

Nos periferia da ponte Parotani, bloqueada por manifestantes, sentinelas observam o horizonte para alertar sobre o movimento das forças de segurança. A polícia tenta liberar a passagem para reabastecer Cochabamba, onde a paralisação elevou os preços de produtos essenciais.

Durante a vigília, a pastora Nicolasa Sánchez, 59, trança novas huaracas enquanto aguarda. “Nossas huaracas são infinitas, uma vez que as pedras que usamos”, afirma Juanita Ancieta, líder da Mediano de Mulheres Camponesas Bartolina Sisa.

A falta de eletricidade há quatro dias em algumas regiões dificulta o chegada à chuva, forçando manifestantes a usarem a chuva do rio. “Nós vamos resistir até o término”, promete Flores, com sua huaraca nas mãos, ecoando o espírito de resistência.

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