Ambipar se torna a primeira empresa privada a ter ações verdes da B3

Visando reconhecer companhias que contribuem para uma economia de ordinário carbono e combate às mudanças climáticas, a Bolsa de Valores do Brasil (B3) concedeu, na segunda-feira (30), o selo virente para as ações da Ambipar, multinacional brasileira de soluções ambientais, também listada na Bolsa de Novidade York. A empresa investe e opera globalmente em projetos de descarbonização, economia circunvalar, transição energética e regeneração ambiental.

A certificação, concedida pela Standard & Poor’s, uma das maiores agências de classificação de risco do mundo, torna a Ambipar a primeira empresa privada da América Latina a ter ações verdes listadas na bolsa. No Brasil, a companhia de saneamento paulista Sabesp foi pioneira e a terceira do mundo a obter o selo, quando ainda era estatal.

Rafael Tello, vice-presidente de Sustentabilidade da Ambipar, disse à EXAME que a conquista é muito importante e reflete o alinhamento totalidade com a sustentabilidade. “Queremos sinalizar para o mercado que, ao procurar investir em uma empresa alinhada com o enfrentamento das crises mais urgentes, o investidor pode racontar com a Ambipar. Estamos entregando resultados consistentes, seja na operação, nos investimentos ou no atendimento aos clientes e nos direcionando de negócio com a nossa filosofia, visão e missão”, disse. 

Olhando para fora, o objetivo é atrair investidores preocupados com questões socioambientais e clientes que buscam fornecedores preparados para entregar resultados, transformando o desempenho e padrão de negócio em valor para a companhia, destacou Rafael.

Já internamente, o foco é evoluir a partir dos pontos de atenção e diagnósticos, aprimorando ainda mais as entregas e gestão. “Assim, seremos capazes de gerar cada vez mais impacto positivo para a sociedade e o envolvente. Sabemos que ainda há muito a continuar, e essa estudo também ajuda a entender as novas demandas e a traduzi-las em planos de ação e iniciativas que fomentem nosso desenvolvimento econômico, ambiental e social para todos os stakeholders”, complementou.  

Fundamentado nos princípios do “green equity principles” da Federação Internacional das Bolsas de Valores, lançados em 2023, o selo fortalece a reputação das organizações que integram a sustentabilidade em seus negócios e atrai mais investidores conscientes. Atualmente, das 540.221 ações listadas nas principais bolsas globais, exclusivamente 0,02% possuem essa certificação. 

Para ocupar o selo virente, as empresas precisam atender a critérios rigorosos, uma vez que ter pelo menos 50% da receita bruta anual proveniente de atividades sustentáveis, além de destinar mais de 50% de seus investimentos e despesas operacionais a essas atividades. Outro requisito é que menos de 5% da receita bruta seja originada de combustíveis fósseis — um dos principais vilões do aquecimento global.

Janaina Vilella, diretora de Informação e Sustentabilidade da B3, destacou em nota que a agenda ambiental, social e de governança é urgente e cada vez mais o mercado de capitais demanda responsabilidade socioambiental das empresas listadas “A designação pode ser usada pelos gestores uma vez que uma utensílio de planejamento para os investimentos das companhias, além de concordar decisões, mitigar riscos e variar o portfólio dos investidores”, disse.

Lançado em maio deste ano, o selo de ‘ação virente’ se soma a outros produtos ESG da bolsa brasileira, uma vez que o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3), Índice Carbono Eficiente (ICO2 B3), títulos temáticos ESG e o Crédito de Descarbonização (CBIO).

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