Mercado Livre dobra lucro no 2º tri e bate novo recorde
O Mercado Livre cresceu, de novo. A varejista online reportou lucro recorde no segundo trimestre: US$ 531 milhões, o duplo do que havia reportado um ano antes.
Os números vieram puxados pelo progressão de 53% na receita do e-commerce, enquanto a fintech Mercado Pago cresceu 28%. No consolidado a receita cresceu 42%, para US$ 5,1 bilhões, com destaque para a operação brasileira. A companhia pela primeira vez divulgou fluxo de caixa livre, que somou US$ 678 milhões.
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No e-commerce, a companhia vem consolidando sua liderança nos principais mercados, que incluem Brasil, Argentina e México. O GMV, indicador que mede as vendas brutas de mercadorias, aumentou 20% em relação ao ano anterior, chegando US$ 12,6 bilhões. O número de compradores únicos cresceu 19% e o de itens vendidos foi de 416 milhões, o maior desde 2021, quando o varejo online vivia um boom pela pandemia.
Essa fortaleza de resultados, de pacto com Richard Cathcart, diretor de relações com investidores do Mercado Livre, é o que traz crédito para a plataforma diante da ingressão de novos competidores, uma vez que a chinesa Temu, que entrou no mercado brasílico em junho.
“Os grupos de competidores mudam, mas sempre foi competitivo. Não vemos tanta mudança nesses trimestres”, diz ele. No México, a chinesa chegou há murado de um ano e tem desenvolvido com foco em itens de grave valor, o que não é o principal negócio do Meli, que por lá seguiu crescendo murado de 30%.
“Cá ainda é recente para confrontação, mas por lá não estamos sendo impactados negativamente por eles”, conta o diretor, destacando que, no Brasil, o preço médio do marketplace gira em torno de US$ 30, o que supera o tíquete médio dos itens vendidos pelos asiáticos.
No universal, a margem bruta do Mercado Livre cresceu 100 pontos-base, impulsionada pelo possante incremento que diluiu empréstimos tomados pela empresa para funding de crédito.
A margem operacional, no entanto, teve recuo de 4,4 pontos, para 14,3%, pressionada por três fatores.
O primeiro é o impacto da economia da Argentina, onde o poder de compra segue pressionado. Por lá, a empresa tem visto alguma tendência de melhora com medidas que tem adotado, uma vez que mais parcelas e frete gratuito. O Mercado Pago também continuou possante, com a conta do dedo sendo usada uma vez que utensílio de proteção à hiperinflação.
O segundo ponto foi o aumento de provisões por motivo do progressão das emissões de cartão de crédito, uma possante aposta da companhia com o Mercado Pago. A carteira de cartões de crédito aumentou 146% no segundo trimestre, atingindo US$ 1,8 bilhão, incremento impulsionado por 1,6 milhão de novos cartões emitidos no Brasil e no México.
Por termo, a companhia ainda tem custos maiores no limitado prazo pelos investimentos feitos tanto e-commerce, com destaque para o fulfillment, quanto no Mercado Pago. No Brasil, por exemplo, a companhia anunciou R$ 23 bilhões em investimentos. “É um dispêndio maior no limitado prazo, mas é um ganha-ganha, vamos continuar investindo nisso.”
