Brasil enviará diplomatas a Caracas, para reforçar suas embaixadas, da Argentina e do Peru

O Itamaraty enviará um grupo de três a quatro diplomatas a Caracas nos próximos dias. O objetivo é substanciar a Embaixada do Brasil na Venezuela e, ao mesmo tempo, atender aos pedidos de Argentina e Peru para que o governo brasílio represente seus interesses no país vizinho.

Porquê O GLOBO antecipou na quarta-feira, o Brasil aceitou cuidar dos imóveis usados por Argentina e Peru, que tiveram seus diplomatas expulsos pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Junto com Costa Rica, República Dominicana, Chile, Panamá e Uruguai, esses países questionaram claramente o resultado da eleição na Venezuela, no último domingo, que deu vitória a Maduro na disputa com Edmundo González, candidato de oposição.

Atualmente, há cinco diplomatas permanentes na embaixada brasileira, além de funcionários locais. Entre as atribuições do Brasil com as representações dos vizinhos, uma delas é manter a inviolabilidade dos imóveis onde estão as representações argentinas e peruanas. O Brasil também tratará de assuntos de interesse dos dois países junto ao governo venezuelano.

Interlocutores do governo brasílio afirmaram ao GLOBO que os seis assessores da líder da oposição María Corina Machado, que se refugiaram na embaixada da Argentina, continuarão sendo atendidos em suas necessidades básicas por uma equipe de funcionários contratados pelas autoridades argentinas. Caberá ao Brasil prometer que o prédio não seja invadido pelos chavistas, ou que a polícia de Maduro prenda os opositores, por meio de contatos com autoridades venezuelanas.

Um integrante do Itamaraty explicou que a diplomacia brasileira quer testificar o cumprimento da Convenção de Viena Sobre Relações Diplomáticas e evitar o que aconteceu, em abril deste ano, em Quito. O presidente do México, López Obrador, rompeu relações diplomáticas com o Equador posteriormente a polícia equatoriana ter invadido a embaixada mexicana, para prender o ex-vice-presidente Jorge Glas, que estava no sítio desde dezembro.

Em seu encontro com Maduro, no início da semana, o assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, fez um apelo para que se evitasse uma invasão que poderia se transformar em uma catástrofe. Amorim atendeu a um pedido feito pela chanceler argentina, Diana Mondino, ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Nesta quinta-feira, o presidente prateado, Javier Milei, usou uma rede social para agradecer “a disposição do Brasil de assumir a custódia” da missão diplomática e “a representação momentânea dos interesses da República Argentina e seus cidadãos”.

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